Comunidades virtuais: conceitos, preconceitos
A noção de comunidades virtuais contrabalança com os conceitos clássicos de comunidade de Weber, Durkheim e Tonnies, onde o pertencimento, a solidariedade, a territorialidade e dos elos baseados nas ligações quase que de ordem familiar, são ultrapassados no ciberespaço, reestruturando a tese do viver em comunidade. Baseiam-se em Turkle para defender que no âmbito das comunidades virtuais procura-se a expressão da própria identidade ou se elabora uma transformação desta. Por outro lado, questões de segregação também podem se formar. Em alguns casos essas comunidades virtuais terminam por refletir problemáticas sociais que colocam em cheque a opinião pública (âmbito social), extrapolando os limites da comunidade. Exemplo disso, cito a criação de guetos e, recentemente, atos de preconceitos contra a nordestinos em comunidades virtuais. Esse seria um ponto negativo das comunidades virtuais, entretanto a propensão à comunicação e identificação com pares, além de possibilitar o reencontro e a disseminação de informações são aspectos positivos.
Outros pontos também tratados é a interatividade com base na comunicação mediada por computador (CMC) e conteúdo cultural.
Compreendo e concordo com o texto que o ciberespaço é resultante da dinâmica da sociedade em seu estágio atual, entretanto no que concerne a sua representação pelo segmento social jovem urbano escolarizado, tenho minhas ressalvas. Pois ao observar os telecentros baianos, foi possível perceber que comunidade virtual se trata de um movimento muito amplo, onde atém mesmo aqueles que não possuem muita escolaridade, ou seja, que muitas vezes nem mesmo são alfabetizados ou precisam de ajuda para entrar no e-mail, possuem registros em comunidades virtuais, a exemplo do Orkut.
Por Barbara CN.
Reflexão respaldada no texto: FONSECA, D.; COUTO, E. Comunidades virtuais: herança cultural e tendência contemporânea. In: PRETTO, N. (org). Tecnologia e Novas Educações. Salvador: Edufba, 2005